terça-feira, 5 de abril de 2011

Casamento; uma instituição falida?

        Na segunda década do século XXI falar de separações parece algo comum, em tempos de sexo sem compromisso, casual, "ficar"... jovens e adultos se comprometerem está cada vez mais díficil. No entanto, tinha a impressão que pelo menos aqueles casais com esclarecimento intelectual, espiritualidade como prioridade, bem financeiramente, com mais de uma década de relacionamento não fossem passíveis desta decisão ou afetados pela sociedade ocidental totalmente dessacralizada, laicista e erotizada. Será que o casamento não tem mais relevância? é uma instituição falida?
       Devo admitir que continuo acreditando no amor, não somente naquele que é agape, cheio de fraternidade e caridade, que todo cristão tem como exemplo em Jesus Cristo, mas também naquele amor expresso por obras como Romeu e Julieta ou das Mil e uma noites.... No entanto, gostaria de saber o que foi feito daquele amor que não se suicida para ainda quando na Flor da paixão, poderíamos chamar de amor eros, acaba a estória. Onde está e quais são os exemplos que sobram para as novas gerações daquele amor de casal que persiste por 30, 40 ou 50 anos, alguém comemorará bodas de ouro no futuro? e vou além, algum casal que verdadeiramente se ame fará isto? ou ainda, somente, aqueles por se acostumar a ficar juntos ou por questões de divisão de patrimônio, para não complicar, vão até o final? Será que este modelo não criou a decepção com a instituição? Estar juntos apenas por obrigação? Um compromisso cego e sem alma? As novas gerações não aceitam isso de forma alguma.
        Vimos nas últimas décadas vários exemplos de casais que chegam a comemoração das diversas bodas, mas com grave desconfiança dos mais jovens se estes foram felizes. Pois não inspira-os a viver a mesma história. Isto certamente se deve também pela eterna insatisfação humana, poderíamos dizer que é devido ao famoso pecado original, que nos arrasta para aquilo que não queremos ou que pelo menos não é a Vontade de Deus, mas sim a uma atitude individualista, egoísta, soberba...inspiradas e motivadas pelo Inimigo.
        O casamento se tornou uma instituição falida? Talvez seja como a Grécia de nossos tempos, remete-se a uma bela tradição, não somente pela plasticidade da arte, mas pela construção do intelecto ocidental, que originou a língua que foi composto o Novo Testamento, desta forma uma tradição que permanecerá eterna. Mas.... para realidade pós-moderna como a Grécia é vista? Um lugar economicamente desfavorável, bom para passar um período de férias, mas de modo algum criar raízes. Mesmo sendo responsável pelos melhores fundamentos da humanidade o que nos sobrou de lá na prática foi a libertinagem intelectual picurista, hedonista e por fim a velha e tradicional libertinagem sexual. Uma instituição sagrada como o casamento virará apenas escombros assim como o que sobrou dos templos sagrados gregos? ou ainda tem salvação pois é sacralizado nas palavras em grego, dos originais evangélicos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário